Covid-19 em bebês e crianças: sintomas e sinais de alerta

A grande maioria das crianças infectadas com o novo coronavírus tem sintomas leves ou moderados, parecidos com uma gripe ou resfriado, e não chega a ficar seriamente doente. A proporção de internações é bem mais baixa que nos adultos, mas ainda assim pode haver casos graves. E as crianças transmitem a doença para outras pessoas.

A vacina é a principal ferramenta de prevenção de casos graves de Covid-19, que exijam hospitalização. Vacinar todos os que convivem com a criança é uma boa estratégia, assim como imunizar a própria criança assim que a vacinação estiver disponível para a faixa etária dela.
Sintomas de Covid em bebês e crianças pequenas
Os sintomas da Covid-19 em crianças são parecidos com os nos adultos, com a diferença que em crianças eles costumam ser mais leves. Entre os sintomas mais comuns de Covid nas crianças estão:

Tosse
Nariz escorrendo
Dor de garganta
Febre
Falta de energia
Dor no corpo
Perda de olfato e paladar, e perda de apetite (em crianças pequenas a manifestação do sintoma é de repente a criança recusar alimentos)
Diarreia e outros incômodos gastrointestinais
Dificuldade respiratória, respiração ofegante
Muitos sintomas da infecção por coronavírus são semelhantes a outras doenças respiratórias, como gripe, resfriado e bronquiolite.

E não é incomum que a criança não apresente sintoma algum, na chamada infecção assintomática.

Veja as semelhanças e diferenças de gripe, resfriado e Covid-19.

Em caso de suspeita de Covid, o melhor a fazer é procurar atendimento médico para receber orientações.
A Covid é perigosa para bebês e crianças pequenas?
Bebês e crianças podem pegar o vírus, porém há bem menos registros de manifestação de sintomas graves de Covid nesta faixa etária em comparação com adultos e idosos.

Mesmo assim, o Brasil registrou milhares de casos graves de Covid em crianças e pelo menos 1200 mortes de crianças de 0 a 4 anos nos primeiros dois anos da pandemia. Cientistas e pesquisadores ainda estão coletando dados para saber se há efeitos de longo prazo do vírus em crianças.

Crianças com problemas crônicos de saúde correm mais risco de ter Covid grave. Entre os problemas estão obesidade, anemia falciforme, cardiopatias congênitas, asma, diabete, síndromes genéticas e doenças que comprometem a imunidade.

Há casos de crianças e adolescentes expostos à Covid-19 que tiveram que ser hospitalizados com uma condição descrita como síndrome multissistêmica inflamatória (inflamação de vários órgãos internos, SIM-P na sigla em português e MIS-C na sigla em inglês). É uma complicação grave da doença, que exige a internação em UTIs (unidades de terapia intensiva).

Essa síndrome pode aparecer até em crianças que foram assintomáticas para a Covid ou tiveram casos bem leves. Os sinais de alerta são:

Febre por mais de 24 horas
Dor de barriga, diarreia e/ou vômito
Dor no pescoço
Pressão ou aperto no peito
Erupções na pele ou mudança na cor da pele
Olhos vermelhos
Falta total de energia
Dificuldade para respirar
Confusão mental
Dificuldade de acordar ou de ficar acordado
Lábios e rosto azulados ou arroxeados
Procure atendimento médico logo se a criança se sentir mal com esses sintomas após uma infecção recente por Covid ou contato com pessoas com Covid há até dois meses. Leia mais sobre quando saber se se trata de uma emergência médica em bebês e crianças pequenas.
O que fazer se houver suspeita de Covid na criança?
Procure atendimento médico para receber orientações sobre os cuidados. Vários planos de saúde, unidades básicas de saúde e outros serviços estão oferecendo algum tipo de atendimento inicial à distância, que já podem identificar se há sinais de ser um caso mais severo.

É importante manter a criança e o restante da família que mora com ela afastados de outras pessoas, na medida do possível. Quando há uma pessoa com Covid-19 em casa, supõe-se que as outras também tenham pegado, por isso é importante que só saiam em caso de necessidade, e usando máscara de boa qualidade. O isolamento recomendado para quem está doente é de pelo menos sete dias a partir do início dos sintomas.

Especialistas recomendam que se trate qualquer mal-estar ou doença como Covid-19, iniciando o isolamento e não mandando a criança para a creche ou escola até que haja definição do diagnóstico.

Se houver algum caso confirmado de Covid na família que convive com a criança, e ela estiver com sintomas, é provável que nem seja preciso fazer teste para confirmar o diagnóstico. Mas, se não houver outros casos na família, e a criança frequentar a escola ou creche, o ideal é que seja testada se ficar doente, inclusive para que ela e os familiares evitem o contato com outras pessoas.

O exame para detectar uma infecção atual pelo novo coronavírus é feito com a secreção nasal ou a saliva. O teste mais preciso é o RT-PCR, feito em laboratórios e estabelecimentos de saúde, mas com resultado que pode demorar mais de um dia. Os testes rápidos de antígeno estão disponíveis em farmácias, com resultado imediato.

Um exame de antígeno ou RT-PCR positivo indica que se trata de uma infecção de Covid-19. Já o negativo pode ser falso-negativo, principalmente se não houver sintomas e se tiver sido feito muito perto do momento da infecção.
Como é o tratamento para a Covid-19?
Os cuidados são apenas para alívio dos sintomas, como num resfriado comum.

No que diz respeito ao tratamento e a medicamentos, os mesmos cuidados que se aplicam a qualquer doença infantil devem ser seguidos: não dê nada sem indicação médica específica para o caso do seu filho e tampouco deixe de dar um remédio que ele já usava sem falar antes com um profissional de saúde.

Corticoides inalatórios, como para asma, não devem ser suspensos: entre em contato com o médico para saber se é necessário algum ajuste na medicação.

Caso precise levar o bebê ao pronto-socorro, hospital, posto de saúde ou consulta, tente avisar antes, ou comunique logo ao chegar, que se trata de possível caso de Covid-19. Use máscara. Crianças de menos de 2 anos não devem usar máscaras.
Sinais de alerta na saúde do bebê com Covid ou síndrome gripal
São sinais de dificuldade respiratória e exigem atendimento médico de urgência qualquer um dos seguintes:

Coloração azulada na região da boca e extremidades dos dedos
Mais que 60 respirações por minuto
Barulho ao respirar
Narinas alargadas
Pele que afunda nas respirações, em cima da clavícula ou entre ou abaixo das costelas (tiragem)
Parecer ofegante
Assobio, tosse ou som estalado ao respirar
Ficar prostrado, sem energia, mesmo quando a febre abaixa
Obs.: Febre em bebê de menos de 1 mês é sempre uma emergência e precisa ser verificada. Bebês de menos de 3 meses também precisam ser avaliados, de preferência no mesmo dia, em caso de qualquer febre. Caso um bebê de menos de 3 meses tenha febre, desagasalhe-o um pouco, espere meia hora e volte a medir a temperatura. Se continuar acima de 37,8 graus Celsius, busque atendimento médico.
Quando crianças pequenas vão poder tomar vacina contra a Covid?
No Brasil, a vacinação está sendo realizada para todas as crianças a partir de 3 anos. A imunização de bebês a partir de 6 meses foi aprovada pela Anvisa em setembro de 2022 e as doses iniciais estão sendo destinadas a crianças com comorbidades, incluindo cardiopatia congênita e síndrome de Down.

As vacinas são seguras e reduzem muito o risco de doença grave. Estudos mostram que em adolescentes a vacina também diminui a chance de ter a síndrome inflamatória multissistêmica (SIM-P).

Tanto grávidas quanto mães que amamentam transmitem os anticorpos criados pela vacina para os bebês, o que ajuda a protegê-los.

Enquanto não há vacina disponível para todos os bebês e crianças bem pequenas, a melhor maneira de resguardá-los é garantindo que todas as pessoas que os cercam estejam vacinadas.

Leia tudo sobre a vacina contra o novo coronavírus
Além da vacina, que medidas são mais eficazes para evitar a infecção pelo coronavírus em crianças?
O coronavírus se alastra pelo ar, por minúsculas gotículas de saliva ou de outras secreções respiratórias lançadas quando uma pessoa infectada respira, fala, espirra ou tosse, e que ficam em suspensão por longos períodos, principalmentes em ambientes fechados.

Medidas simples podem ajudar você a proteger sua família, além de o resto de sua comunidade. Entre elas estão:

Evitar lugares fechados, sem ventilação, em que haja outras pessoas que não morem com você.
Preferir atividades ao ar livre.
Usar máscaras eficazes se precisar ter contato com outras pessoas em ambientes fechados ou de risco. Crianças de menos de 2 anos não devem usar máscara de pano. Veja como ensinar uma criança pequena a usar máscara.
Não chegar perto de qualquer pessoa que esteja com nariz escorrendo, tossindo, espirrando ou com qualquer mal-estar.
Lavar as mãos com frequência.
Ensinar crianças desde pequenas a lavar as mãos direito.
Não compartilhar objetos de uso pessoal como talheres, copos, pratos, garrafas de água, maquiagem.
Não assoprar a comida do bebê e das crianças.

“Desde que não haja sintomas, a ida à escola deve ser incentivada”, afirma o pediatra Fábio Picchi. Ele ressalta os malefícios do afastamento muito prolongado do ambiente escolar: “Distúrbios emocionais como ansiedade, agressividade e depressão, dietas inadequadas, sedentarismo, aumento de acidentes domésticos, entre outros”.
A mãe pode amamentar e cuidar do bebê se estiver com Covid-19?
A orientação dos especialistas é manter a amamentação se a mãe tiver Covid. É recomendado que ela use máscara eficiente.

“Os benefícios conferidos pela amamentação, no sentido de proteção a doenças, são maiores que o risco envolvido na mãe positiva para o coronavírus”, diz o pediatra Fábio Picchi.

Para minimizar riscos, procure:

Lavar as mãos antes de encostar no bebê ou em itens do dia a dia, como roupinhas, chupetas, mamadeiras, lençóis, cobertores.
Considerar ordenhar o leite materno e pedir para outra pessoa dar para o bebê. É fundamental, nesse caso, que tanto o leite materno ou a fórmula de leite sejam oferecidos em copinhos ou mamadeiras bem esterilizados. O mesmo vale para bombinhas de leite.
Se você estiver com Covid-19 ou suspeita, o bebê deve ser monitorado para quaisquer sinais ou sintomas da doença. Conforme foi dito anteriormente, a maioria dos casos não chega a ser grave, porém, caso o bebê venha a desenvolver sintomas mais sérios, é preciso buscar ajuda o quanto antes. Preste atenção também à sua saúde, pois há relatos do agravamento da doença no período de até 45 dias pós-parto.

Fonte: https://brasil.babycenter.com/